zondag 21 oktober 2007

Interview Financiële Telegraaf

De serie Het Portret gaat de grens over. De komende weken richten we de schijnwerpers op Nederlandse ondernemers in het buitenland. Deze week zijn dat Peter van Voorst Vader (53) en Boudewijn Rooseboom (31), nestor en benjamin van de Nederlandse Business Lunch in Rio de Janeiro. De hamburger- en pizzahandel was de harde leerschool die beiden nu van pas komt bij het gidsen van buitenlandse investeerders in het veelbelovende, maar complexe Brazilië. „Alles is hier intenser en groter, zowel de moeilijkheden als de kansen”, zegt Van Voorst, die de fastfoodketen Bob’s jarenlang door de Braziliaanse achtbaaneconomie loodste. Rooseboom wil zijn met bloed, zweet en tranen opgebouwde restaurant koste wat kost in volle bloei zetten. „Ik ben al anderhalf jaar aan het ploeteren en vechten en dat zal verdomme niet voor niets zijn. I will overcome.”

HET PORTRET PETER VAN VOORST VADER EN BOUDEWIJN ROOSEBOOM

Op avontuur in Brazilië

• Huidige functie: bestuurslid Bob’s, vertegenwoordiger Golden Tulip, consultant (Vader)
• Managing director Flexair Group (Rooseboom)
• Opleiding: master international business (V) master bedrijfseconomie (R)
• Vorige functies: marketingmanager Shell, president-directeur Bob’s (V) Accountmanager MCI (R)

door KIERAN KAAL

Hoezo Brazilie? 
Rooseboom: Na mijn studie ben ik met de motor van Vuurland naar Alaska gereden, via Brazilië. Eenmaal terug werd Nederland me algauw te krap, te uitgekauwd. Ik kreeg de kans aan de rand van Rio een restaurant op te bouwen. Helemaal alleen, al googelend naar instructies metselde ik een pizzaoven. De zaak begint eindelijk te lopen. Daarnaast ruik ik via de Flexair Group aan het grotere geld.

Vader: Ik werd in 1985 door Shell naar Brazilië uitgezonden. Een land waar je op slippers naar een trouwerij kunt, heerlijk! Ik houd van de warmte, het geluid van de zee. Toen Vendex in 1996 Bob’s verkocht, heb ik de sprong gewaagd.

Volgens de Wereldbank zijn Nigeria, Bangladesh en de Palestijnse Gebieden ondernemersvriendelijker dan Brazilië. Moet je een avonturier zijn om hier te slagen? 
V: Brazilië is verleidelijk, de mogelijkheden zijn onbegrensd, maar zaken doen vergt een enorm doorzettingsvermogen. Plotse devaluaties, 6% rente per maand; ik heb een hoop opdonders gehad. Maar de economie is genormaliseerd.

R. Tja, avonturier, ik zie mezelf liever als een echte ondernemer. Ik zie kansen die Brazilianen niet zien. Soms loop ik met mijn kop tegen de muur met mijn Europese mentaliteit. De paradox is dat je hier veel vrijheid hebt, maar ook wordt teruggezogen in het lage tempo van het land.

Hamburgers, pizza's? De meeste Brazilianen zijn toch al blij met een potje bonen met rijst thuis op tafel? Besteden ze wel genoeg? 
R: Ik moet het natuurlijk niet hebben van de sloppenbewoners. Maar de middenklasse groeit. En wat Brazilianen hebben, geven ze zo snel mogelijk uit. Het zijn geen spaarders.

V: Vergeet niet dat er 190 miljoen Brazilianen zijn. Als je 30 miljoen oma’s een ijsje van een euro kunt laten kopen, is dat 30 miljoen euro.
Los van de eetcultuur, staat Rio bekend als een kannibaliserende stad. Het is eten of gegeten worden.

Hoe houd je je staande in het gesjoemel? 
V: Dat prettige informele is in Rio wat doorgeslagen, dat is wel eens moeilijk. Maar als buitenlander heb je nauwelijks last van corruptie, je houdt je gewoon van de domme. Eén keer heb ik de politie moeten betalen voor het vrijlaten van een filiaalmanager, bij wie een oude illegale waterleiding in het restaurant was ontdekt. We wisten daar niets van, maar in zo’n geval gaan je mensen voor.

R: Ik vecht ertegen en soms geef ik een beetje mee. Als ’de irritante gringo’ zit ik mijn leveranciers en personeel flink achter de vodden. Maar zolang je blijft glimlachen, kunnen Brazilianen veel hebben.

Brazilie wordt wel het eeuwige land van de toekomst genoemd. De beurs in Sao paulo explodeert, maar sociaal zit er weinig schot in. Waar zie je Brazilie en jezelf over tien jaar? 
R: In Brazilië. Ik kwam met een rugzak en ik zal eindigen met een bloeiende zaak. De kansen blijven hier uit de boom vallen. Wat betreft het macroplaatje: de auto’s en winkelcentra zullen groter worden, maar aan de armoede in de onderlaag zie ik niet veel veranderen.

V: Geen idee waar ik dan zit. Maar Brazilië heeft de weg omhoog te pakken. De beursgroei en miljardeninvesteringen uit het buitenland zorgen voor een schoonmaak in Braziliaanse bedrijven. Het zwarte geld gaat eruit. En durfinvesteerders merken dat het rendement hier hoger is dan elders. Iedereen loopt nu achter die suffe bio-ethanol aan, maar kijk eens naar de watermarkt, onroerend goed, emissierechten. Er is hier nog zoveel te doen.

zondag 23 september 2007

Overval


LADROES ROUBAM EMPRESARIO E MATAM PM

Door Larissa Lima

O domingo terminava com um jantar à luz de velas no Restaurante Cantarel, na Serra da Tiririca, em Itaipuaçu. O cardápio foi oferecido pelo holandês B., de 31 anos, dono do estabelecimento, para o cabo da Polícia Militar Marcus Vinicius Domingos Costa Lima, de 35 anos, e sua namorada Márcia, que estavam acompanhados de uma mulher, identificada como Renata, quando um grupo de homens armados invadiu o local para seqüestrar o comerciante. B. foi agredido, algemado e levado até a sua casa, no mesmo bairro, que foi saqueada por dois bandidos. No restaurante, outros criminosos faziam dois funcionários do local e os três clientes de reféns, até revistarem as vítimas e encontrarem um documento que identificava Lima como policial. O PM também foi levado e, depois, encontrado morto, carbonizado, no porta-malas do carro de sua namorada, na Estrada Francisco da Cruz Nunes, no Cafubá.

"Nós estávamos fechando, já havíamos servido o jantar para o casal e uma amiga deles, que estavam hospedados na Pousada The Flying Dutchman, localizada no mesmo terreno do bar, quando dois homens entraram e me pediram uma pizza. Eu disse que não havia mais lenha, então pediram refrigerantes. Quando eu fui pegar, eles me deram uma coronhada, e eu caí", relatou o holandês.

Segundo o comerciante, os homens se identificaram como policiais federais e disseram que o matariam caso não entregasse todo o dinheiro que tinha em sua residência. B. teria negado possuir grande quantia em dinheiro em casa, mas a dupla o algemou, colocou num carro e seguiu para o endereço do holandês.

"Eles me colocaram no carro por volta de meia-noite. Acredito que já me conheciam, sabiam o que queriam e qual seria o melhor momento para me abordar. Eu guiei os homens até a minha residência, e lá decidiram levar tudo o que conseguiriam", contou B.

Os homens chegaram na casa da vítima por volta de 1h. Eles trancaram o estrangeiro no banheiro depois de ter conseguido R$1 mil em dinheiro. Levaram ainda um computador portátil e aparelhos de TV, microondas, DVD, CDs e até garrafas de uísque.

"Mesmo me ameaçando de morte, eu pedi para não levarem a memória do meu computador, e eles a deixaram", disse na delegacia.

Outros dois homens fizeram como reféns o policial e sua namorada, a amiga deles e dois funcionários do restaurante. Eles foram revistados, e com Lima, os bandidos encontraram um documento que o identificava como policial militar.

Os homens - que estavam em contato com a outra dupla através de um celular - seqüestraram o cabo, que era lotado no 12º BPM (Niterói), também sob ameaças de morte, e fugiram do local no carro da namorada do PM, um Chevrolet Prisma. Márcia teria acionado a PM, que só encontrou o corpo por volta das 5h, a menos de 500 metros do Destacamento de Policiamento Ostensivo (DPO) do Cafubá. O corpo foi encontrado no porta-malas do veículo, na Estrada Francisco da Cruz Nunes, carbonizado.

O holandês está com um corte na cabeça. Assustado com o crime, ainda não sabe o que irá fazer nos próximos dias.


O assalto à residência, o seqüestro e a invasão do estabelecimento foram registrados na 82ªDP(Maricá). Já o homicídio do policial foi registrado na 81ªDP (Itaipu).

A associação de Cabos e Soldados da Polícia Militar está oferecendo R$ 2 mil para quem der informações sobre os assassinos do policial.

Sepultado com honras militares
Sob a chuva fina que caía na tarde de ontem, e cercadas de muito silêncio e medo, quase cem pessoas, entre familiares e colegas de farda, acompanharam o enterro do corpo do cabo Marcus Vinicius Domingos Costa Lima, no Cemitério do Maruí, no Barreto, Zona Norte de Niterói. Com honras militares, precedido de toque de silêncio e coberto pela Bandeira do Brasil, o corpo foi velado na capela A, em rápida cerimônia. Familiares não permitiram a presença da imprensa na capela. Entre as coroas de flores enviada aos familiares do cabo, uma delas estava em nome da prefeita de São Gonçalo, Aparecida Panisset (PDT).

Colegas de farda e amigos do cabo Lima fizeram questão de prestar as últimas homenagens a ele. Muitos deles não escondiam a emoção e chegavam às lagrimas tão logo deixavam a capela. A mãe do policial estava inconsolável e cercada de familiares. Não entendia por que o filho foi assassinado de forma violenta. "Meu filho só cumpria ordens e nada mais" afirmou a mãe do PM, durante o sepultamento.

O atestado de óbito, assinado pelo médio legista Jacintho Boerchart Serdio, expedido pelo cartório da 5ª Zona Judiciária de Itaipu, Região Oceânica de Niterói, apontou como causa morte: ferida penetrante do crânio, com laceração e hemorragia do encéfalo e meninges, produzida por disparo de arma de fogo. (Claudio Emanuel)

Ladrões roubam empresário e matam PM

Absolvido em dois processos
O cabo da PM Marcus Vinicius Domingos Costa Lima, já havia sido condenado a 12 anos de prisão pela morte do inspetor da Polícia Civil Fábio Ferreira Santana, em 2000. O julgamento foi realizado na 3ª Vara Criminal de Niterói. Mas o advogado do policial recorreu e conseguiu que ele aguardasse o julgamento do recurso em liberdade. O Ministério Público está avaliando o caso.

O nome de Marcus Vinicius também foi citado na relação de 12 policiais do 12° BPM (Niterói) acusados de supostas ligações com o grupo de Anderson Oliveira de Santana, o "Anderson Negão", que na época era, segundo a polícia, suspeito de comandar a venda de drogas da Favela Vila Ipiranga, no Fonseca. Foram feitas investigações conjuntas por policiais da 78ª DP (Fonseca) e pelo comando do 12º BPM (Niterói), onde serviam os acusados.

A Auditoria de Justiça Militar absolveu os acusados e todos foram colocados em liberdade. O Ministério Público, no entanto, recorreu e eles acabaram condenados a 12 anos de prisão. Os advogados também recorrreram e os réus estão em liberdade, aguardando a decisão de instância superior, em Brasília.

Esse processo foi desmembrado e a outra parte foi para a Justiça comum, mas ainda não há data para o julgamento. Lima era conhecido também entre os colegas de trabalho como "Marcão". (Sérgio Soares)

O Fluminense